domingo, 23 de junho de 2013

Estudante que ajudou PM diz que é tido como agressor e está ameaçado


Rosto de estudante está em cartaz anônimo que ameaça 'caçar' vândalos.
'Tentava impedir ataque', diz Hilbert, que está ao lado de policial em foto.

Tahiane StocheroDo G1, no Rio
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Alguns manifestantes tentam impedir agressão de outros a PM caído na Assembleia Legislaiva do Rio (Foto: Felipe Dana/AP)Alguns manifestantes tentam impedir agressão de outros a PM caído na Assembleia Legislaiva do Rio na segunda-feira (17). O estudante Hilbert da Silva Julio (de camiseta branca e de barba, ao centro) diz que tentava impedir o ataque e está sendo confundido como um dos agressores (Foto: Felipe Dana/AP)
Um estudante que ficou conhecido depois de aparecer em fotos ao lado de um policial militar agredido na Assembleia Legislativa (Alerj) caído e cercado de manifestantes, durante um protesto no Centro do Rio na segunda-feira (17), diz que está sendo ameaçado.
Ele diz que tentava impedir o ataque, mas passou a ser tido como agressor e sua imagem passou a ser reproduzida em um cartaz anônimo que circula em redes sociais. O cartaz traz 13 fotos de suspeitos da violência contra os PMs.
A Polícia Militar do Rio negou ter divulgado fotos de suspeitos da ação. Já a Polícia Civil afirmou que divulgou apenas uma foto, a de um jovem de 21 anos, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça. A ação ainda é investigada.
O temor de Hilbert da Silva Julio, de 30 anos, é que o cartaz, que ameaça "caçar" os "marginais que agrediram covardemente o PM", gere uma ação direta contra ele, por estar circulando também em grupos formados por policiais.
O texto do cartaz diz: "Estes são os marginais que agrediram covardemente o PM ao lado da Alerj. Deixo a eles um aviso: entreguem-se à Polícia Civil o quanto antes, porque de caçadores, vocês tornaram-se caça. E acreditem, vocês não querem ser caçados pela PMERJ". O cartaz é assinado pelas siglas "m.m.b.".
“Minha imagem começou a ser estampada em vários jornais, tomou uma dimensão enorme, e fizeram este cartaz, no estilo procurados, com o meu rosto, que foi se espalhando no Facebook e entre integrantes da corporação (a PM). Não sei até que ponto alguém pode ir às vias de fato e isso gerar uma agressão contra mim. Isso me preocupou”, diz Hilbert, que cursa educação física na na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Natural de Juiz de Fora  (MG), o estudante é formado em história e filosofia e atua como professor de rúgbi em Niterói (RJ). Solteiro, possui uma filha de 4 anos, que mora em Minas Gerais com a mãe.
Cartaz anônimo circula em redes sociais com fotos de supostos agressores dos PMs (Foto: Reprodução)Cartaz anônimo circula em redes sociais com fotos de
supostos agressores dos PMs (Foto: Reprodução)
A agressão ao PM, que ficou isolado, ocorreu em um protesto que reuniu mais de 100 mil pessoas no Centro do Rio e vândalos invadiram e depredaram a Alerj.Um grupo de policiais tentou se refugiar em uma agência bancária para não ser atacado.

Enquanto isso, manifestantes contrários às agressões tentaram impedir a violência. Hilbert afirma que estava entre os que tentaram acalmar a situação e proteger os policiais. Durante o confronto, policiais encurralados chegaram a realizar tiros de fuzil.
“A manifestação estava pacífica, tudo estava tranquilo até que houve aquele incidente na Alerj. Nossa única preocupação era tentar controlar todo mundo. Sempre existem alguns radicais que querem extrapolar e que, pessoalmente, não gostam que usem este termo, mas são vândalos”, diz. O manifestante diz que não conhece nenhum dos homens que agrediu o policial e que não teria como identificá-los, pois estavam com o rosto coberto.

Hilbert afirma que não cobriu o rosto nos atos porque estava participando pacificamente.
 
“Estamos lutando por algo que é maior, um país melhor. Meu objetivo ao defender os policiais foi não piorar a situação, nem a própria imagem do Brasil”
H., 30 anos
estudante de educação física
“Na Alerj, as coisas ocorreram muito rápido. Não tem como definir quem era, havia granada de fumaça, gente correndo. Eu e mais duas pessoas tentamos separar. Um grupo de policais começou a ser apedrejado e tentou fugir. Foi quando um deles caiu. Um pequeno grupo tentou avançar e chutar o PM e entramos no meio para impedir isso. Não falei com o policial. Só tiramos ele dali e logo caiu outra granada (de gás)”, relembra.
“A foto deste momento rodou o mundo, alguns jornais não afirmaram que eu estava tentando ajudar o policial, e acabou acontecendo que meu rosto ficou marcado como um dos agressores. Na verdade, era uma tentativa de retirada do policial”, diz o professor de rúgbi.
“Estamos lutando por algo que é maior, um país melhor. Meu objetivo ao defender os policiais foi não piorar a situação, nem a própria imagem do Brasil”, explica.
Após o ataque da Alerj, o manifestante seguiu para a agência do Itaú em que os PMs se refugiaram para se esconder dos vândalos e, diz, entrou no local tentando impedir um novo ataque.
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Manifestantes agridem PM na Assembleia do Rio, durante protesto dia 17 (Foto: Felipe Dana/AP)Manifestantes agridem PM na Assembleia do Rio,
durante protesto dia 17 (Foto: Felipe Dana/AP)
“Quando os policiais fugiram e se esconderam no banco,  eu e mais duas pessoas entramos na agência e falamos com eles, que estavam tentando evitar que algo pior acontecesse, que íamos tentar tirar a galera dali e ir embora. A situação era bem preocupante. Não lembro do rosto dos policiais”, relembra.

Foi neste momento que ele foi atingido por uma bomba de gás e uma pedra, que provocaram dois ferimentos que sangraram no lado direito do seu rosto e que aparecem em algumas das fotos divulgadas na internet.
“Não sei quem são os agressores, a situação está estranha, mas há alguma coisa acontecendo. A gente não sabe se são grupos, se foi alguém infiltrado. O que eu vejo, a minha análise política da situação, é que é resultado de anos de opressão do governo sobre o povo”, afirma.
A PM do Rio informou que não divulga nenhuma imagem em suas redes oficiais e que não produziu o cartaz com o rosto dos suspeitos da agressão. Segundo a assessoria da corporação, o assunto está sendo apurado pela Polícia Civil.

A Polícia Civil informou ao G1 que "divulgou apenas a foto de Arthur dos Anjos Nunes, de 21 anos, por participação nos atos de vandalismo" na segunda-feira (17). O suspeito foi indiciado e teve a prisão temporária decretada pela Justiça por formação de quadrilha e dano ao patrimônio depois de ser identificado pela investigação em imagens tentando invadir o prédio da Alerj. O caso permanece sendo apurado.

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InícioReino UnidoAto em Londres apoia os movimentos no Brasil 
Ato em Londres apoia os movimentos no Brasil
Manifestação na capital inglesa reuniu cerca de dois mil brasileiros em apoio aos protestos que ganharam as ruas do Brasil, reivindicando mudanças no país
Texto: da Editoria / Fotos: Ric Pereira
Junho 2013
12O movimento que tem levado diariamente milhares de pessoas às ruas em todas as partes do Brasil, clamando por mudanças no país, ganhou voz em Londres no dia 18 de junho, quando cerca de dois mil brasileiros que moram na Inglaterra percorreram a região de Westminster em apoio aos protestos. Organizada pelos estudantes Maurício Azevedo e Lara Mendonça, a manifestação foi convocada através do Facebook em solidariedade aos manifestos no país.
A concentração aconteceu no Old Palace Yard, próximo ao Parlamento Britânico e à Abadia de Westminster. Ao som de batucada, os manifestantes levaram faixas e cartazes (a maioria escritos em inglês). Muitos estavam com os rostos pintados e carregando bandeiras do Brasil. Assim como nos movimentos em praticamente todos os estados brasileiros, as reivindicações dos presentes eram variadas. Desde a redução no preço das tarifas de ônibus no Brasil, tema que originou a onda de protestos no país, até contestações sobre os gastos com a Copa do Mundo 2014 e a falta de investimentos em educação, saúde e infraestrutura.
A manifestação pacífica foi acompanhada de perto pela polícia britânica e terminou em frente ao prédio da Embaixada brasileira na capital inglesa. Desde o início do movimento no país, brasileiros de mais de 50 cidades no exterior já organizaram atos em apoio aos protestos no Brasil.
Origem do movimento
O que começou com um protesto pelo aumento das passagens de ônibus em São Paulo, organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), se espalhou pelo país rapidamente, se tornando no maior movimento popular desde a “geração dos cara-pintadas”, em 1992, quando os estudantes foram às ruas para pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. As redes sociais, mais precisamente o Facebook, têm sido o elo entre os manifestantes, o que tem levado cada vez mais pessoas às ruas.
Apesar da origem dos protestos nas cidades brasileiras ter sido o aumento no transporte público, a insatisfação da população com a classe política e seus privilégios e os excessivos gastos com a Copa do Mundo (e indícios de superfaturamento na maioria das obras), em detrimento a investimentos em áreas fundamentais como saúde e educação, têm sido os pontos mais cobrados pelos manifestantes.
A maioria das manifestações pelo país tem sido pacífica, mas como sempre acontece em movimentos populares, uma pequena parcela de manifestantes tem se aproveitado da situação para promover quebra-quebra e saques no comércio. Isso, porém, não tira a legitimidade do movimento, que tem gerado debates intensos no país e provocado, até o momento, nenhuma resposta do governo.



domingo, 16 de junho de 2013

empresa culpada de almento das passagens

Ficheiro:CMTC.JPG

16/06/2013 13h24 - Atualizado em 16/06/2013 13h28 Fotógrafos de SP fazem ato contra ação policial em protesto


Profissionais foram atingidos em protesto contra tarifas de transportes
Fotógrafo passou por cirurgia e faz tratamento para recuperar a visão.

Do G1 São Paulo
48 comentários
Fotógrafos fizeram um protesto na manhã deste domingo (16), em frente à Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, contra a violência policial na repressão dos protestos contra o aumento de tarifas em São Paulo. No quarto dia de manifestação, na quinta-feira (13), a repórter Giuliana Vallone, da Folha de São Paulo, e o fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, da Futura Press, foram atingidos por disparos de bala de borracha no olho. O fotógrafo passou por cirurgia e faz tratamento para recuperar a visão. Segundo a Folha, sete de seus profissionais foram atingidos  (Foto: Léo Pinheiro/Futura Press/Estadão Conteúdo)Fotógrafos fizeram um protesto na manhã deste domingo (16), em frente à Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, contra a violência policial na repressão dos protestos contra o aumento de tarifas em São Paulo. No quarto dia de manifestação, na quinta-feira (13), a repórter Giuliana Vallone, da Folha de São Paulo, e o fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, da Futura Press, foram atingidos por disparos de bala de borracha no olho. O fotógrafo passou por cirurgia e faz tratamento para recuperar a visão. Segundo a Folha, sete de seus profissionais foram atingidos (Foto: Léo Pinheiro/Futura Press/Estadão Conteúdo)